Projeto de Empreendedorismo na Escola: 5 Sugestões Fáceis, Criativas e Sem Gastar Nada


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É possível trabalhar empreendedorismo na escola de forma simples, prática e, o melhor, sem precisar de recursos financeiros extras? E a resposta é: Sim!

Muita gente ainda associa projetos de empreendedorismo a dinheiro, materiais sofisticados ou grandes estruturas. Mas a verdade é que empreender vai muito além disso. 

É sobre criatividade, resolução de problemas, trabalho em equipe e, principalmente, atitude!

Hoje eu quero compartilhar com você 5 sugestões que já apliquei na minha escola e que fizeram toda a diferença no desenvolvimento dos meus alunos. 

São propostas alinhadas à BNCC, fáceis de executar e extremamente significativas.

1. Empreender com o que se tem: criatividade acima de tudo

Quando comecei a trabalhar empreendedorismo com meus alunos, percebi que a primeira barreira era justamente essa ideia de que “não dá porque falta dinheiro”. E é aí que mora o primeiro aprendizado: empreender é fazer acontecer com os recursos disponíveis.

O ponto de partida é estimular os alunos a observar o entorno e identificar desafios da escola ou da comunidade. A partir disso, eles pensam em soluções criativas e sustentáveis.

Vou te dar um exemplo real: meus alunos criaram protótipos usando caixas de papelão, garrafas PET e outros materiais recicláveis. 

Eles desenvolveram campanhas de conscientização, produtos ecológicos e até oficinas de reaproveitamento. Resultado? Muita aprendizagem, engajamento e, claro, sem custo algum.

2. Projetos de impacto social: empreender também é transformar

Uma das experiências mais potentes que vivi na sala de aula foi com projetos de empreendedorismo social

Aqui, o foco não está na geração de lucro, mas sim no impacto positivo na comunidade.

Meus alunos organizaram campanhas de arrecadação de roupas, criaram grupos de apoio para colegas, desenvolveram ações contra o bullying e até planejaram uma horta comunitária na escola. 

Tudo isso com planejamento, cooperação e muita vontade de fazer a diferença.

Essas vivências desenvolvem empatia, protagonismo e responsabilidade, além de fortalecerem o senso de pertencimento dos alunos no ambiente escolar.

3. Transforme os espaços da escola em laboratórios de ideias

Se você acha que precisa de um laboratório moderno ou uma sala maker para trabalhar empreendedorismo, eu te digo: não precisa, não. A própria estrutura da escola pode (e deve) se transformar em espaço de inovação.

O que eu fiz na minha escola:

  • Transformei um mural no corredor em uma vitrine para os projetos dos alunos.
  • Usei a biblioteca como espaço para apresentações, rodas de conversa e até pitchs simulados.
  • O pátio virou palco para uma feira empreendedora, onde os estudantes apresentaram ideias, protótipos e até serviços.

Tudo isso sem qualquer investimento financeiro, apenas reorganizando o uso dos espaços e estimulando a criatividade.

4. Use a tecnologia a seu favor (mesmo com poucos recursos)

Sei que nem todas as escolas têm laboratórios de informática. Mas percebi que a maioria dos alunos tem acesso, pelo menos, a um celular. E isso já abre um mundo de possibilidades para projetos de empreendedorismo.

Com ferramentas gratuitas como Canva, Google Apresentações e aplicativos simples de edição de vídeo, os alunos conseguem:

  • Criar logomarcas e identidades visuais.
  • Montar apresentações profissionais.
  • Produzir vídeos, posts e até campanhas de divulgação para seus projetos.

A tecnologia, quando usada de forma criativa, potencializa o trabalho e ajuda a desenvolver habilidades digitais essenciais para o século XXI.

Dica extra: trabalhe de forma interdisciplinar e alinhe à BNCC

Aqui vai um dos maiores segredos para fazer projetos de empreendedorismo funcionarem na prática: trabalhar de forma interdisciplinar e alinhada às competências da BNCC.

Na minha experiência, convidei colegas de outras áreas para construir os projetos junto comigo:

  • Na matemática, os alunos aprenderam a calcular custos, lucros e precificação.
  • Em português, produziram textos publicitários, roteiros de apresentação e campanhas.
  • Nas artes, criaram logotipos, materiais visuais e maquetes.
  • Nas ciências, abordaram temas como sustentabilidade, consumo consciente e meio ambiente.

Além de fortalecer o projeto, essa integração enriquece muito o processo de aprendizagem dos alunos e valoriza o trabalho colaborativo entre professores.

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BNCC e empreendedorismo: qual é a base legal para esses projetos?

Sempre me perguntam se trabalhar empreendedorismo na escola tem respaldo na legislação. E a resposta é: tem, sim! E muito!

A própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê, de forma transversal, o desenvolvimento de competências que estão totalmente alinhadas ao empreendedorismo, como:

  • Pensamento crítico e criativo.
  • Responsabilidade e cidadania.
  • Cultura digital.
  • Comunicação e argumentação.
  • Trabalho e projeto de vida.

No Novo Ensino Médio, por exemplo, o componente de Projeto de Vida incentiva diretamente práticas empreendedoras, tanto no sentido de desenvolvimento pessoal quanto profissional.

Portanto, além de ser uma prática transformadora, trabalhar empreendedorismo na escola é também uma ação pedagógica fundamentada, coerente e alinhada às diretrizes oficiais.

Conclusão: Empreender na escola é possível, necessário e transformador

Quero encerrar essa conversa te dizendo, do fundo do coração: não espere o cenário perfeito para começar. Empreender na escola não exige dinheiro, nem estrutura sofisticada — exige vontade, planejamento, criatividade e, principalmente, acreditar no potencial dos nossos alunos.

O impacto é real. Ver os estudantes se tornando protagonistas, pensando em soluções, atuando com responsabilidade e se sentindo capazes de transformar o mundo é uma das maiores recompensas que podemos ter como educadores.

Se você quiser, podemos seguir trocando ideias. Me conta: você já trabalhou algum projeto de empreendedorismo na sua escola? 

Gratidão!

Professora Camila Teles.

— Professora Camila

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