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Foto de Yan Krukau |
Oi, professor(a)! Tudo bem com você? Professora Camila aqui. Se tem um conteúdo da Geografia que parece simples, mas vira um desafio na hora de ensinar, é o tema paisagem.
Muitos professores me dizem que os alunos confundem paisagem com “foto bonita” ou acham que não tem nada a ver com a realidade deles. E, na hora de explicar a transformação da paisagem ou a tal da ação antrópica, tudo fica ainda mais abstrato.
Neste post, vou te mostrar esse plano completo: com etapas claras, atividade sobre paisagem com imagem, debate em grupo e, claro, tudo alinhado à BNCC (EF06GE01). Vem comigo!
Por que ensinar paisagem vai além da estética
No ensino de Geografia, o conceito de paisagem é frequentemente reduzido a imagens agradáveis ou composições visuais idealizadas.
Esse reducionismo prejudica a compreensão crítica do espaço geográfico, especialmente no Ensino Fundamental, onde os alunos estão desenvolvendo sua capacidade de leitura e interpretação do mundo ao redor.
Ensinar paisagem não é apenas mostrar "algo bonito" — é abrir caminho para a análise das relações sociais, econômicas e culturais que moldam o território.
Milton Santos, um dos principais geógrafos brasileiros, define paisagem como o conjunto de formas que, num dado momento, expressam as heranças de processos históricos e a presença das ações humanas.
Isso significa que cada paisagem visível é resultado de transformações contínuas, sendo marcada tanto pela natureza quanto pelas intervenções humanas — o que chamamos de ação antrópica.
Para que o aluno compreenda essa complexidade, é fundamental que ele aprenda a observar, descrever e questionar os elementos visíveis da paisagem, indo além da estética.
A paisagem deve ser entendida como documento geográfico, como registro das práticas sociais e das dinâmicas territoriais.
Ao desenvolver essa leitura crítica, o aluno passa a identificar desigualdades, reconhecer impactos ambientais e refletir sobre o espaço que habita.
Por isso, abordar o tema paisagem em sala de aula exige mais do que definição teórica. Exige estratégias que estimulem a análise visual, o debate e a contextualização com o território vivido.
Quando o professor orienta esse processo de forma ativa e intencional, o ensino de Geografia deixa de ser abstrato e se torna parte do cotidiano dos alunos.
Objetivos do plano de aula sobre paisagem
O que diz a BNCC (EF06GE01)
Esta aula atende à habilidade EF06GE01, que orienta o professor a:
Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos. Essa habilidade exige que o aluno reconheça e interprete mudanças no espaço geográfico a partir da ação humana — ou seja, exatamente o que trabalhamos nesta proposta.
Habilidades desenvolvidas com essa proposta
- Identificar paisagens naturais e humanizadas
- Reconhecer ações humanas que modificam o espaço
- Desenvolver a argumentação oral e visual
- Trabalhar em grupo e justificar pontos de vista
- Analisar imagens como recurso didático e reflexivo
Etapas do plano de aula: como conduzir a atividade
Introdução: explorando o conceito de paisagem
Comece perguntando aos alunos o que eles entendem por paisagem. Apresente o conceito com exemplos visuais: florestas, cidades, rios, avenidas.
Destaque que paisagem é tudo aquilo que podemos ver e interpretar do espaço — e que ela muda ao longo do tempo.
Introduza o termo ação antrópica, explicando que é qualquer modificação feita pelo ser humano no ambiente.
Desenvolvimento com imagens e comparações históricas
Explique que as paisagens mudam com o tempo por causa das necessidades humanas: construir, plantar, extrair, organizar o espaço.
Apresente um exemplo histórico:
- Técnicas de irrigação no Egito Antigo
- Construção de grandes avenidas em cidades brasileiras
- Expansão urbana sobre áreas verdes
Utilize imagens para comparar o “antes e depois” de um mesmo lugar — pode ser da sua cidade ou de um local famoso. Isso facilita a visualização e gera identificação.
Atividade em grupo: identificando a transformação da paisagem
Distribua aos alunos uma imagem com sequência de transformação de uma paisagem (ex: espaço rural virando urbano). Vou deixar o modelo que eu gosto de usar aqui.
Peça que observem com atenção e respondam:
- O que mudou entre uma imagem e outra?
- Quais ações humanas provocaram essas mudanças?
- Essa paisagem é natural, humanizada ou ambas?
- Que impactos positivos e negativos essas mudanças podem trazer?
Sugira que respondam em grupo e justifiquem suas respostas. Se possível, transforme isso em um pequeno cartaz ou apresentação oral.
Finalização da aula sobre Paisagem
Ao final da aplicação do plano de aula paisagem, reservo sempre um momento para retomar com a turma tudo o que foi construído ao longo da atividade.
Essa etapa de discussão e avaliação é essencial, porque é nela que os alunos começam a enxergar o conteúdo para além da tarefa — e passam a reconhecê-lo na vida cotidiana.
Gosto de conduzir esse momento com perguntas abertas que estimulem a reflexão: será que eles percebem essas transformações de paisagem ao redor?
Sabem identificar onde o passado ainda se expressa nas ruas e construções da cidade? E mais do que isso: conseguem imaginar como gostariam que o espaço urbano fosse no futuro?
Essas perguntas não têm resposta certa, mas criam um ambiente fértil para escuta e troca.
É ali, no bate-papo provocado por imagens e memórias, que percebo o quanto os alunos internalizaram conceitos como paisagem natural e humanizada, ou mesmo ação antrópica.
A avaliação, nesse caso, acontece de forma orgânica. Observo se eles são capazes de identificar os elementos transformadores da paisagem, se conseguem justificar suas análises com base nas imagens discutidas e se participam da conversa de forma ativa e fundamentada.
Argumentar, refletir, dialogar — tudo isso passa a fazer parte da prática geográfica.
Esse plano de aula paisagem costuma engajar porque não se limita a explicar definições. Ele parte do visual, do cotidiano e da experiência concreta dos alunos.
Ao usar imagens comparativas, promover debates em grupo e incentivar a leitura crítica do espaço, a Geografia deixa de ser abstrata e passa a fazer sentido.
Quando ensino paisagem dessa forma, percebo que os alunos não só entendem melhor o conteúdo, mas também ampliam sua consciência sobre o lugar que ocupam no mundo. E é exatamente esse tipo de aprendizado que eu busco provocar em sala de aula.
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Professora Camila Teles