A Constituição Federal de 1988 promove a democratização da educação no Brasil, com um compromisso firme de erradicar o analfabetismo e melhorar a qualidade do ensino. 

Entre os seus princípios, destaca-se a universalização do acesso à educação e a oferta de formação abrangente, que inclui aspectos humanísticos, científicos e tecnológicos para preparar os alunos para o mercado de trabalho.

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Dentro desse contexto, a Carta Magna brasileira assegura a inclusão de alunos com necessidades especiais por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE), com preferência para a integração na rede regular de ensino. 

Este atendimento visa garantir que todos os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade, adaptada às suas necessidades individuais.

Para que a inclusão de alunos com necessidades especiais seja eficaz, o Ministério da Educação (MEC) estabelece diretrizes e fornece documentos legais que orientam a formação e a atuação dos professores especializados em AEE. 

Esses documentos detalham as competências necessárias para os profissionais que atuam nessa área, abordando desde as práticas pedagógicas adaptadas até o uso de recursos didáticos específicos.

Além das orientações do MEC, os professores do AEE devem estar atualizados sobre as práticas inclusivas e metodologias de ensino diferenciadas. 

Isso envolve uma formação contínua e a capacitação em técnicas de ensino que atendam às diversas necessidades dos alunos. 

A formação de um professor no AEE pode incluir cursos de especialização, participação em workshops e treinamentos específicos, bem como a experiência prática no ambiente escolar.

A atuação do professor do AEE é fundamental para promover um ambiente educacional inclusivo e para garantir que todos os alunos, independentemente de suas necessidades especiais, possam desenvolver seu potencial acadêmico e social. 

A presença desse profissional é essencial para criar estratégias de ensino personalizadas e para colaborar com a equipe pedagógica na implementação de práticas inclusivas que beneficiem a todos.

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O que é o Atendimento Educacional Especializado (AEE)?

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) desempenha um papel essencial na promoção do acesso à educação inclusiva e de qualidade para alunos com necessidades especiais. 

Sua principal função é identificar e eliminar barreiras que possam impedir a plena participação desses alunos, garantindo que suas necessidades específicas sejam atendidas.

 De acordo com o pesquisador e educador Paulo Freire, a educação deve ser um processo inclusivo que permita a todos os estudantes desenvolverem suas capacidades dentro e fora do ambiente escolar.

O AEE é responsável por elaborar, identificar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que complementam a formação dos alunos, promovendo sua autonomia e independência. 

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Essa abordagem vai além da simples adaptação curricular; envolve também a criação de estratégias pedagógicas personalizadas e o uso de tecnologias assistivas. 

Segundo os estudos de Mantoan (2003), o AEE é fundamental para garantir que a inclusão escolar seja efetiva, possibilitando que os alunos com deficiência tenham um aprendizado significativo em igualdade de condições com os demais.

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Quem pode ser professor de AEE?

Para atuar no Atendimento Educacional Especializado, é necessário que o professor tenha uma formação inicial em licenciatura e uma formação específica em educação especial, conforme indicado pelo Ministério da Educação (MEC). 

Essa formação pode ser adquirida através de cursos de especialização, tanto presenciais quanto online, desde que sejam reconhecidos por instituições credenciadas pelo MEC. 

Essa formação específica é essencial, pois a educação especial exige conhecimentos aprofundados sobre as diversas necessidades dos alunos.

Apesar do crescimento na formação desses profissionais, ainda há uma escassez de professores especializados em AEE, como apontado pelo Censo MEC/INEP (2014). A especialista em educação inclusiva, Rosita Edler Carvalho, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ressalta que a formação continuada desses profissionais é vital para o sucesso da inclusão escolar. 

O trabalho do professor de AEE vai além da sala de aula regular, sendo a ponte que conecta o aluno com necessidades especiais ao currículo escolar e ao desenvolvimento integral.

Além disso, o AEE oferece a possibilidade de especialização em áreas como o Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologia Assistiva (ACLTA), voltada para o apoio pedagógico de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), deficiências múltiplas ou disfunções neuromotoras graves. 

Esse campo de atuação é reconhecido por sua importância na contenção de distúrbios comportamentais e na promoção de uma aprendizagem mais eficaz para esses alunos. 

Como aponta o educador Vygotsky, o desenvolvimento humano é mediado por ferramentas culturais e sociais, e o AEE é uma dessas ferramentas essenciais no contexto educacional inclusivo.

Principais Atribuições dos Professores de Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Os professores que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) desempenham um papel essencial  na promoção da inclusão escolar, sendo responsáveis por uma série de atribuições que garantem a acessibilidade e o sucesso dos alunos com necessidades especiais. 

Essas responsabilidades são fundamentadas em diretrizes legais e pedagógicas, como a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, que orientam a prática do AEE no Brasil. A seguir, destacam-se as principais atribuições desses profissionais:

  1. Organização de Serviços e Recursos Pedagógicos: Os professores de AEE devem organizar serviços e recursos pedagógicos levando em conta as necessidades específicas dos alunos. De acordo com o Decreto nº 7.611/2011, que dispõe sobre a educação especial, esses recursos devem ser adequados para promover o desenvolvimento integral do aluno, possibilitando sua plena participação nas atividades escolares.

  2. Elaboração e Execução do Plano de Atendimento Educacional Especializado: A elaboração de um plano de AEE é uma das responsabilidades fundamentais do professor. Esse plano, conforme indicado na Resolução CNE/CEB nº 4/2009, deve ser individualizado e adaptado às particularidades de cada aluno, considerando suas potencialidades e desafios.

  3. Organização da Sala de Recursos Multifuncionais: O professor de AEE é responsável por organizar o tipo e o número de atendimentos realizados na sala de recursos multifuncionais, garantindo que os recursos disponíveis sejam utilizados de forma eficaz. Essas salas são equipadas com materiais e tecnologias assistivas, como previsto pela Portaria MEC nº 13/2007.

  4. Acompanhamento da Aplicação dos Recursos Pedagógicos e de Acessibilidade: É essencial que o professor de AEE acompanhe como os recursos pedagógicos e de acessibilidade são aplicados não apenas na sala de aula, mas também em outros ambientes da escola. Este acompanhamento assegura que as adaptações feitas para o aluno sejam eficientes e que contribuam efetivamente para sua aprendizagem.

  5. Articulação com Outras Áreas e Disponibilização de Recursos: Traçar estratégias em conjunto com outras áreas, como a saúde e a assistência social, é uma atribuição essencial. A intersetorialidade é defendida por autores como Mantoan (2006), que enfatiza a importância de uma abordagem integrada para a disponibilização de recursos de acessibilidade que atendam às necessidades dos alunos.

  6. Orientação a Professores e Famílias: O professor de AEE também tem a função de orientar tanto os professores da sala regular quanto as famílias sobre os recursos de acessibilidade e pedagógicos utilizados pelo aluno. Essa orientação é fundamental para garantir que todos os envolvidos no processo educacional compreendam e utilizem de forma adequada as ferramentas disponíveis, como destaca a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015).

  7. Ensino e Uso de Tecnologia Assistiva: A tecnologia assistiva é uma ferramenta poderosa para a inclusão, e o professor de AEE deve ensinar e utilizar esses recursos com seus alunos. Autores como Vygotsky (1991) reforçam a importância de instrumentos mediadores no processo de ensino-aprendizagem, e a tecnologia assistiva desempenha esse papel para alunos com deficiência.

  8. Diálogo com Professores da Sala de Aula Comum: Criar e manter um diálogo contínuo com os professores da sala de aula regular é essencial para garantir a coerência e a eficácia das estratégias pedagógicas. Essa colaboração ajuda a alinhar as práticas de ensino, garantindo que as adaptações e recursos utilizados no AEE sejam integrados de forma harmoniosa na rotina escolar.

  9. Promoção da Participação Familiar e Conexão com Serviços Setoriais: Além de suas funções na escola, o professor de AEE deve propiciar atividades e criar espaços de participação para as famílias, fortalecendo a parceria entre a escola e o lar. Também é importante manter a conexão com serviços setoriais, como saúde e assistência social, para oferecer um suporte abrangente ao aluno, conforme orienta a Política Nacional de Educação Especial.

Essas atribuições demonstram a complexidade e a importância do papel do professor de AEE na construção de uma escola verdadeiramente inclusiva, onde todos os alunos possam desenvolver seu potencial de forma plena e equitativa.

Em suma, o papel do professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE) é fundamental para a concretização de uma educação inclusiva e de qualidade. 

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Este profissional, amparado por uma série de diretrizes legais e políticas públicas, tem a responsabilidade de garantir que os alunos com necessidades especiais tenham acesso a recursos pedagógicos e tecnológicos que promovam seu desenvolvimento integral. 

Através da organização de planos individualizados, do acompanhamento constante, da articulação intersetorial e do engajamento familiar, o professor de AEE atua como um facilitador essencial na jornada educacional desses alunos.

Com tantos desafios e responsabilidades, é evidente que a formação continuada e a capacitação específica são essenciais para o sucesso nessa área. 

Assim, considerando todas essas nuances, como você avalia a importância da formação contínua para os professores de AEE na promoção de uma educação verdadeiramente inclusiva?