Oi, professor(a)! Hoje vamos falar sobre refugiados palestinos, um tema sensível que frequentemente desperta dúvidas, desconforto e até receio de ser tratado em sala de aula.
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Talvez você já tenha sentido insegurança ao pensar em como apresentar essa questão sem parecer que está tomando partido político ou expondo seus alunos a imagens e narrativas dolorosas demais.
A verdade é que muitos professores evitam esse assunto por medo de polêmicas e pela sensação de que não há material didático claro, atualizado e seguro para conduzir discussões tão delicadas.
Isso acaba criando um grande vazio no ensino sobre migrações forçadas e direitos humanos, deixando estudantes sem referências para compreender crises humanitárias que impactam milhões de pessoas.
Eu mesma já me questionei se seria possível abordar a situação dos refugiados palestinos de maneira equilibrada, que promova empatia e senso crítico sem sobrecarregar emocionalmente os alunos.
Foi assim que percebi que, com planejamento, metodologia ativa e referências confiáveis, é possível transformar esse tema em um ponto de reflexão profundo e respeitoso.
Hoje, quero compartilhar com você um plano de aula completo que vai ajudar seus estudantes a desenvolverem consciência histórica, geográfica e social sobre os refugiados palestinos.
Vamos criar oportunidades reais de diálogo, pesquisa e aprendizagem significativa.
Quem são os palestinos
Para que o tema seja bem compreendido, é importante apresentar aos alunos uma definição clara e contextualizada.
Os palestinos são um povo originário da região histórica da Palestina, que hoje corresponde principalmente aos territórios da Cisjordânia, Faixa de Gaza e partes de Israel.
Muitos deles se tornaram refugiados em consequência de conflitos, sobretudo após a criação do Estado de Israel, em 1948, que marcou o início de um deslocamento em larga escala.
De acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados da Palestina (UNRWA), atualmente existem mais de 5,9 milhões de palestinos registrados como refugiados, vivendo em campos e comunidades de acolhimento em países vizinhos.
Além da perda de seus lares, essas populações enfrentam dificuldades relacionadas à cidadania, segurança alimentar, acesso à educação e garantias mínimas de dignidade e proteção.
A situação dos refugiados palestinos é considerada uma das crises humanitárias mais prolongadas da história contemporânea e envolve múltiplas dimensões políticas, sociais e culturais.
Por isso, ao apresentar esse tema em sala de aula, é essencial adotar uma abordagem cuidadosa, que permita aos estudantes compreenderem que se trata de uma questão histórica complexa, permeada por diferentes narrativas e visões de mundo.
Se você quiser aprofundar ainda mais a discussão sobre a forma de acolher estudantes refugiados em sua escola, tenho um artigo no blog sobre como acolher refugiados, que pode ajudar a complementar seu planejamento pedagógico. Leia aqui.
Na próxima sessão, vamos ver como relacionar esse tema com a Base Nacional Comum Curricular e preparar seus objetivos de aprendizagem.
Objetivos da BNCC para trabalhar refugiados palestinos
A BNCC traz diversas competências que podem ser exploradas no estudo das migrações forçadas. No Ensino Fundamental e Médio, este tema se conecta aos campos de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
Veja como planejar seus objetivos:
Ensino Fundamental (6º ao 9º ano)
- EF06GE02: Compreender as causas e consequências dos conflitos que geram crises de refugiados, analisando as dinâmicas migratórias e seus impactos geográficos e sociais.
- EF07GE03: Identificar e analisar as condições de vida dos refugiados e os desafios enfrentados em campos e países de acolhimento.
- EF08GE05: Explorar o papel de organizações internacionais na assistência humanitária e resolução de conflitos.
Ensino Médio (1º ao 3º ano)
- EM13CHS101: Analisar os processos migratórios e seus efeitos globais e locais.
- EM13CHS102: Investigar os efeitos dos conflitos prolongados sobre populações refugiadas.
- EM13CHS103: Avaliar políticas internacionais de ajuda humanitária e estratégias de integração.
Esses objetivos tornam a aula interdisciplinar, promovendo discussões sobre história, geografia, atualidades e ética.
No próximo bloco, você vai conhecer metodologias ativas que tornam o aprendizado mais engajador.
Como trabalhar com metodologias ativas
Como aplicar metodologias ativas no ensino sobre refugiados palestinos
Para trazer mais significado e engajamento ao estudo dos refugiados palestinos, recomendo utilizar diferentes estratégias de metodologias ativas que favoreçam a participação dos estudantes e aprofundem a compreensão sobre os aspectos humanos e sociais envolvidos.
Uma possibilidade é iniciar com a exibição do documentário Promessas de um Novo Mundo, disponível no YouTube, que retrata de maneira sensível a rotina de crianças palestinas vivendo em campos de refugiados.
Veja Aqui
Durante a exibição, oriente a turma a observar com atenção os elementos sociais, econômicos e emocionais que surgem nas histórias apresentadas.
Logo após o filme, você pode promover um debate guiado com perguntas que despertem a reflexão crítica.
Por exemplo: quais são as principais dificuldades enfrentadas pelas famílias palestinas, de que forma a comunidade internacional poderia agir para aliviar a crise e o que mais chamou a atenção dos alunos ao longo do documentário.
Para ampliar o repertório informativo, proponha que a turma se divida em grupos e realize uma pesquisa com base em reportagens recentes sobre a situação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, consultando fontes confiáveis, como G1, BBC Brasil, Folha de S.Paulo e ONU Brasil.
Outra atividade que costuma gerar muito envolvimento é a simulação de uma conferência diplomática, na qual cada grupo representa um país ou organização internacional e precisa elaborar uma proposta de solução humanitária para o conflito.
Essa experiência permite que os alunos exercitem habilidades de argumentação, colaboração e análise de diferentes pontos de vista sobre o tema.
Ao utilizar essa sequência de metodologias, você estimula a empatia, fortalece o pensamento crítico e torna o conteúdo mais próximo da realidade dos estudantes.
No próximo bloco, vamos conversar sobre estratégias de avaliação e maneiras de consolidar os aprendizados de forma significativa.
Proposta de avaliação formativa
Proposta de avaliação formativa
Para avaliar de maneira significativa os conhecimentos construídos durante a sequência de atividades sobre os refugiados palestinos, você pode organizar uma proposta integradora que combine produção coletiva e reflexão individual.
Uma sugestão é dividir a turma em grupos e solicitar que cada equipe elabore um acordo de paz, apresentando suas ideias em sala.
Durante essa etapa, os estudantes devem justificar as propostas e explicar de que forma elas poderiam impactar positivamente a vida dos refugiados e contribuir para a resolução do conflito.
Ao acompanhar essas apresentações, observe aspectos como a clareza das soluções sugeridas, o embasamento em dados e referências pesquisadas ao longo das aulas e a capacidade de argumentação dos grupos.
Esse momento permite avalia o conteúdo aprendido e as habilidades de comunicação e cooperação.
Para finalizar, proponha que cada aluno escreva individualmente um parágrafo refletindo sobre os principais aprendizados e sobre como esse conhecimento pode inspirar atitudes mais solidárias e conscientes em relação às questões humanitárias.
Essa atividade ajuda a consolidar o que foi trabalhado e valoriza a participação de todos os estudantes.
Referências e dados atualizados
Para dar ainda mais qualidade ao seu plano de aula, recomendo utilizar estas fontes:
- ACNUR Brasil – Dados sobre refugiados no Oriente Médio.
- ONU Brasil – Relatórios sobre a crise humanitária palestina.
- Atlas das Migrações Forçadas (Milton Santos, 2010).
- Refugiados: Realidade e Desafios (Maria Aparecida Moraes Silva, Revista USP, 2018).
De acordo com o ACNUR (2024), a população palestina refugiada cresceu 3% nos últimos dois anos, e 82% dependem de ajuda humanitária básica.
No próximo tópico, você verá uma lista prática de atividades complementares.
Outras atividades que você pode aplicar
Sugestões de atividades complementares
Para tornar suas aulas mais participativas e aprofundar a reflexão sobre o tema, você pode planejar diversas atividades complementares que estimulem a criatividade e a empatia dos estudantes.
Uma possibilidade interessante é organizar uma roda de conversa convidando imigrantes ou refugiados que vivam na comunidade local, para que compartilhem suas experiências e contem um pouco sobre os desafios enfrentados ao chegar em outro país.
Outra proposta é montar uma exposição de cartazes com dados atuais, fotografias e relatos de histórias reais de famílias palestinas.
Essa atividade pode ser complementada por um mural coletivo, no qual os alunos criem desenhos e escrevam frases que expressem solidariedade e respeito.
Se desejar explorar a produção escrita, incentive a turma a elaborar redações com o tema “O que eu faria se fosse um refugiado?”, ajudando cada estudante a refletir sobre a importância de se colocar no lugar do outro.
Para dinamizar ainda mais, você pode preparar um quiz interativo com perguntas sobre a história da Palestina, os principais marcos do conflito e dados sobre as condições de vida nos campos de refugiados.
Outra ideia que costuma gerar bastante engajamento é a criação de uma linha do tempo, reunindo fatos históricos que marcaram a relação entre Israel e Palestina, desde 1948 até os acontecimentos mais recentes.
Por fim, os alunos também podem gravar um podcast em grupo comentando notícias atuais sobre Gaza, analisando diferentes pontos de vista e compartilhando opiniões fundamentadas.
Essas atividades oferecem possibilidades variadas para enriquecer seu planejamento e manter os estudantes motivados ao longo de várias aulas.
FAQ sobre refugiados palestinos
1. Quem são os refugiados palestinos?
São pessoas deslocadas devido a conflitos, principalmente após 1948, vivendo em campos ou países vizinhos.
2. Quantos refugiados palestinos existem hoje?
Cerca de 5,9 milhões, segundo a UNRWA.
3. Onde vivem a maioria dos refugiados palestinos?
Em Jordânia, Líbano, Síria, Cisjordânia e Faixa de Gaza.
4. Por que é importante ensinar sobre refugiados?
Para promover empatia, pensamento crítico e compreensão de direitos humanos.
5. Como abordar o tema sem viés político?
Focando em dados históricos, contextos geográficos e aspectos humanitários.
6. Quais organizações ajudam os refugiados palestinos?
UNRWA, ONU, ACNUR e diversas ONGs humanitárias.
7. Como relacionar este tema à BNCC?
Conectando aos objetivos de geografia, história e competências gerais de cidadania e empatia.
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Professora Camila Teles